Louvre: Senha do sistema de segurança era a palavra "LOUVRE"...

Um roubo de joias avaliadas em US$ 102 milhões (R$ 548 milhões) ocorrido em 19 de outubro no Museu do Louvre, em Paris, trouxe à tona graves falhas nos sistemas de segurança da instituição. Documentos de auditorias privadas revelaram que o sistema de vigilância por vídeo do museu operava com senhas extremamente simples, incluindo a palavra “Louvre”. As informações foram publicadas pelo jornal Libération em 1º de novembro, a partir de relatórios obtidos pelo grupo CheckNews.

Os relatórios indicam que as vulnerabilidades são antigas e estruturais. O museu utilizava softwares desatualizados, não recebia manutenção adequada e empregava senhas frágeis em sistemas considerados críticos. O governo francês, após a divulgação, reconheceu a existência de “falhas de segurança”, conforme admitiu a ministra da Cultura, Rachida Dati. Problemas semelhantes já eram identificados há pelo menos uma década, com oito programas essenciais para a proteção do acervo e controle de acesso sem atualizações por anos, incluindo o sistema Sathi, desenvolvido pela Thales em 2003. A Thales, por sua vez, informou não ter contrato ativo com o museu, que nunca buscou renovar o suporte técnico para o software.

O assalto que expôs essas fragilidades ocorreu em plena luz do dia. Dois homens estacionaram um carro, escalaram até o segundo andar, quebraram uma janela, arrombaram vitrines com esmerilhadeiras e fugiram em scooters, tudo em menos de sete minutos. Quatro suspeitos foram presos, entre eles três supostos invasores e a namorada de um deles. A promotoria de Paris os descreveu como amadores, sem perfil de criminosos profissionais. A investigação segue em andamento para apurar possíveis falhas operacionais ou facilitação interna que possam ter contribuído para o incidente.

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