Ailton Lopes (PSOL), Camilo Santana (PT), Eliane Novais (PSB) e Eunício Oliveira (PMDB). (Foto: Diário do Nordeste). |
As eleições deste ano no Ceará terão um número consideravelmente
reduzido de candidatos ao pleito majoritário, que são os cargos de
governador, vice-governador e senador. Somente quatro chapas foram
homologadas pelos partidos até o último dia 30 de junho – prazo final
para a realização de convenções – para disputar a cadeira mais alta do
Palácio da Abolição.
Representando o grupo apoiado pelo arco de
alianças do governador Cid Gomes, o escolhido para encabeçar a chapa ao
Governo Estadual é o deputado Camilo Santana (PT). A vice-governadoria
será disputada pela ex-secretária da Educação Izolda Cela (PROS), que
era uma das pré-candidatas ao Governo Estadual. Ela comandou a pasta
mais bem avaliada da gestão liderada por Cid de 2007 a abril de 2014 e é
casada com o prefeito de Sobral, Veveu Arruda.
Para o Senado,
quem concorre pela chapa governista é o deputado Mauro Filho, titular da
Secretaria da Fazenda de 2007 a setembro de 2013. O parlamentar é
economista e professor da Faculdade de Economia da Universidade Federal
do Ceará.
Mauro Filho foi secretário da Fazenda da Prefeitura de
Fortaleza em 1989, na gestão de Ciro Gomes. Nos anos 1990, foi
secretário do Planejamento e secretário da Casa Civil, a convite de Ciro
Gomes já como governador do Estado. Desde 1994, o parlamentar tem
conseguido se eleger para deputado estadual. Os suplentes de senador são
o deputado federal José Linhares (PP) e Honório Pinheiro (PROS).
Até
o início da noite de ontem, a assessoria de imprensa do PROS não havia
feito o balanço de todas as atas das convenções, mas já havia pelo menos
19 aliados confirmados no apoio à candidatura de Camilo Santana.
Uma
das chapas opositoras é liderada pelo senador Eunício Oliveira,
empresário e líder do PMDB no Senado. A chapa formada por DEM, PRP, PSC,
PTN, PSDC e PPS terá na vaga de vice-governador Roberto Pessoa (PR),
ex-prefeito de Maracanaú. Arquirrival dos irmãos Ferreira Gomes, Pessoa
foi deputado estadual e deputado federal por três mandatos. Antes,
Roberto estava disposto a sair candidato ao Governo do Estado, mas, para
fortalecer a oposição, acabou se unindo a Eunício Oliveira.
O
nome que concorrerá a uma vaga no Senado é Tasso Jereissati (PSDB), que
foi governador do Ceará três vezes e senador até 2010, quando perdeu a
eleição para Eunício Oliveira e José Pimentel, ambos apoiados pelo
ex-presidente Lula. Empresário, Tasso ganhou a eleição para o Governo
Estadual, em 1986, com um discurso contra os coronéis cearenses
remanescentes do regime militar e com a promessa de modernizar o Estado.
Os suplentes de senador serão Chiquinho Feitosa (DEM) e Fernando
Façanha (PSDB).
A chapa surpresa deste pleito é liderada pela
deputada estadual e economista Eliane Novais (PSB), que postulará uma
cadeira no Executivo. O cargo de vice-governador será pleiteado pelo
empresário e advogado Leonardo Bayma, secretário de relações
institucionais do PSB cearense e ex-conselheiro nacional de Juventude no
Governo Lula.
Preterida
O nome de
Leonardo foi escolhido às pressas, após Nicolle Barbosa renunciar ao
cargo por se sentir preterida pelos correligionários. Ela estava cotada
para ser a candidata ao Governo e foi avisada, na última hora, que a
indicada seria Eliane Novais.
Quem vai pleitear a senatória pelo
partido é a ambientalista Geovana Cartaxo, professora universitária e
integrante da comissão nacional da Rede Sustentabilidade de Marina
Silva. Os suplentes de senador são Valda Albuquerque e João Siebra. O
PSB vai sair sozinho na chapa majoritária, sem alianças.
A quarta
coligação que vai se candidatar nas eleições majoritárias é encabeçada
pelo PSOL, que, ao lado de PCB e PSTU, lançou a candidatura do
sindicalista e professor Ailton Lopes ao Governo do Estado, que lidera a
“Frente de Esquerda Socialista”.
O vice de Ailton na disputa
será Jean Carlos, do PCB, ligado à categoria dos sapateiros. Já a vaga
de senador, na chapa que se denomina oposicionista, ficará com Valdir
Pereira (PSTU), assessor político do Sindicato dos Trabalhadores
Rodoviários (Sintro). Os suplentes são Benedito Oliveira (PCB) e Augusto
César (PSOL).
Acordos para a disputa de vagas no Legislativo
Com
o fim do prazo para a realização das convenções e a definição das
alianças para a disputa majoritária, os partidos cearenses também
acertaram as coligações formadas na busca pelos cargos proporcionais. No
pleito para deputado federal, apenas o PSB vai sozinho para a briga,
enquanto a corrida pelas cadeiras da Assembleia Legislativa tem cinco
agremiações que concorrerão isolados das demais siglas. Em uma mesma
aliança majoritária, há vários grupos reunidos para a disputa de
estadual e federal.
A coligação de apoio à candidatura de Camilo
Santana (PT) se dividiu em dois blocos para a disputa pela Câmara dos
Deputados. A primeira chapa inclui os partidos de maior representação,
sendo formada entre 11 legendas. As agremiações que compõem esse bloco
são PROS, PT, PCdoB, PSD, PDT, PTB, PHS, PRB, PSL, SD e PP. A
expectativa dessa chapa maior é conseguir eleger entre 14 e 16 deputados
federais, segundo o presidente do PDT, André Figueiredo, o único
candidato à Câmara Federal do seu partido.
Expectativa
O
segundo bloco é formado por sete partidos conhecidos como nanicos. A
criação do bloco foi articulado ainda durante o ano passado, mas a saída
de algumas agremiações para declararem apoio à candidatura do senador
Eunício Oliveira ao Governo do Estado interferiu na composição do grupo.
Apesar do estremecimento, a chapa ficou composta por PTdoB, PTC, PMN,
PPL, PRTB, PEN e PV.
De acordo com o presidente do PPL, André
Ramos, essa segunda coligação conta com 44 candidatos e a expectativa do
grupo é que pelo menos dois nomes sejam eleitos. Os representantes mais
fortes do grupo são o deputado estadual Paulo Facó (PTdoB) e o vereado
Leonelzinho Alencar (PTdoB), além do próprio dirigente do PPL e também
do presidente do PMN, Reginaldo Moreira.
Já na disputa pelos
cargos de deputado estadual, a coligação de apoio a Camilo Santana se
dividiu em mais grupos. PDT, PCdoB e PTC marcharão sozinhos cada um para
buscarem uma vaga na Assembleia Legislativa. Os candidatos desses
partidos entendem que coligados perderiam chances de eleger mais
deputados.
O maior bloco, no entanto, é formado entre PROS, PT,
PSD, SD, PTB, PHS, PSL, PRB e PV. “São em torno de 90 candidatos e a
intenção do grupo é fazer de 28 a 30 eleitos”, revelou o deputado Osmar
Baquit, que representou o PSD nas negociações que definiram a coligação
proporcional.
Bloco
A outra coligação de
aliados a Camilo Santana é formada entre PP, PTdoB e PMN. De acordo o
presidente do PTdoB, Haroldo Abreu, esse bloco conta com aproximadamente
40 candidatos e a expectativa do grupo é eleger três nomes.
“Acreditamos que a candidatura do vereador John Monteiro é a mais
forte”, avaliou o dirigente. A terceira coligação é formada entre PPL,
PEN e PRTB. “Essa chapa tem um pouco mais de 60 candidatos e a
expectativa é que consigamos fazer três deputados estaduais”, ressaltou o
presidente do PPL, André Ramos.
A base de sustentação da
candidatura do senador Eunício Oliveira ao Governo do Estado também vai
se dividir em dois grupos para a disputa pelos cargos de deputado
federal. O primeiro será formado entre PMDB, PR, PSDB e PSC, enquanto a
segunda coligação será composta por DEM, PSDC e PPS. Nesse segundo
grupo, as legendas confiam no coeficiente eleitoral de Moroni Torgan
para assegurar o êxito no pleito.
Já nas eleições para deputado
estadual, os aliados de Eunício Oliveira se dividirão em três
composições. Na disputa pelas vagas da Assembleia Legislativa, o grupo
maior é formado entre PMDB, PR, PSDB e DEM, enquanto a segunda coligação
é composta pelo PSDC, PPS e PTN.
Espaço
O
PSC marchará sozinho para a disputa. “Se fizéssemos parte de alguma
coligação, talvez a gente não tivesse espaço para eleger nenhum deputado
estadual. Sozinho, temos condição de fazer pelo menos três
parlamentares”, declarou o presidente estadual da legenda, Wellington
Sabóia.
O PSB, que lançou a deputada Eliane Novais como
postulante ao Governo do Estado, também partirá sozinho na corrida pelos
cargos proporcionais. “Vamos só em tudo. São 10 candidatos a deputado
estadual e 20 para deputado federal”, afirmou o presidente estadual da
sigla, Sérgio Novais.
A mesma base de sustentação da candidatura
de Ailton Lopes ao Governo do Estado unirá forças para a disputa
proporcional. PSOL, PSTU e PCB lançará chapas para os cargos de deputado
estadual e deputado federal. Na briga por vagas na Assembleia
Legislativa, o bloco confia em uma votação expressa que possam ter os
principais candidatos do partido, Renato Roseno e o vereador João
Alfredo. Já para a Câmara dos Deputados, Soraya Tupinambá, ex-candidata
ao Executivo estadual, é um dos principais nomes do grupo.
Fonte: Diário do Nordeste
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