Investigação da Polícia Federal, Receita e CGU comprovou uma teia de crimes a partir de fraudes em licitações. |
Cinco pessoas, entre gestores públicos e empresários, tiveram prisão
temporária decretada pela Justiça e quatro delas já estão detidas na
sede da Superintendência da Polícia Federal em Fortaleza. As prisões
foram resultados de uma operação realizada pela PF, em conjunto com a
Receita Federal e a Controladoria Geral da União (CGU) em, pelo menos,
nove Municípios do Interior. O objetivo da investigação foi o combate a
desvio de dinheiro público através de fraudes em licitações.
Entre as quatro pessoas já presas pela PF está a ex-prefeita do
Município de Tianguá (335Km de Fortaleza), Natália Félix Frota. Ela e
mais três suspeitos foram capturados no começo da manhã em suas
residências. A quinta pessoa que teve mandado de prisão temporária
decretada ainda está foragida, mas seus advogados se comprometeram a
apresentá-la, hoje, na PF.
Sigilo
Os nomes dos investigados estão sendo mantidos em sigilo pelas
autoridades. A PF informou que as identidades dos suspeitos seriam
preservados neste momento pois o processo tramita sob segredo de Justiça
em Fortaleza. No entanto, na noite passada, a Reportagem confirmou a
prisão da ex-prefeita de Tianguá.
Além dos mandados de custódia temporária, a Justiça federal expediu
para a operação outras 14 ordens de busca e apreensão, que também foram
cumpridas na manhã de ontem. Para a deflagração da operação simultânea
na Capital e no Interior, a Superintendência local da PF mobilizou um
efetivo de 70 agentes, escrivães, peritos e delegados.
Cidades
Conforme o Diário do Nordeste obteve com exclusividade, a relação dos
Municípios que foram ‘alvos’ da operação são os seguintes: Sobral,
Tianguá, Ubajara, Granja, Uruoca, Chaval, Irauçuba, Martinópole e Cruz,
todos localizados entre a Região Norte do Estado e o litoral Oeste.
Os desvios de verbas dos cofres públicos teriam causado um prejuízo
milionário à Administração Pública. Os suspeitos estão sendo
investigados pela prática dos seguintes crimes; falsidade ideológica,
falsificação de documentos públicos, peculato, corrupção (ativa e
passiva), sonegação fiscal, lavagem de dinheiro, enriquecimento ilícito,
além de formação de bando ou quadrilha, conforme a PF.
As investigações em torno do desvio do dinheiro público vinham sendo
realizadas sigilosamente, a partir de levantamentos feitos pelo
Ministério Público e pela própria PF. Na fase final antes da operação de
ontem, os dois órgãos pediram a colaboração da Receita Federal e da
Controladoria Geral da União (CGU) para a análise de provas documentais
que pudessem corroborar com o que já havia sido descoberto ao longo da
apuração policial.
Com base nos indícios e provas levantados, foi,
então, solicitados à Justiça os mandados de prisão temporária e de busca
e apreensão. A decretação custódia dos envolvidos seria para a
complementação da fase de depoimentos, impedir o sumiço de provas, fuga
dos implicados ou intimidação às testemunhas.
Não revelado
Apesar da gravidade do fato, as autoridades não revelaram o montante que teria sido desviado dos cofres das prefeituras.
Os advogados dos suspeitos estão acompanhando a tomada de depoimentos
na sede da PF e deverão, ainda hoje, entrar na Justiça com o pedido da
revogação das prisões.
Fonte: Fernando Ribeiro
Diário do Nordeste
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