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Em Sete municípios: Quadrilhas atacam 280 propriedades rurais

Conforme relatos das vítimas, o furto de animais, incluindo
bovinos, ovinos, caprinos e suínos, tornou-se um tipo de ocorrência
praticamente diário nas propriedades rurais de Canindé
(FOTO: ANTÔNIO CARLOS ALVES).

Donos de propriedades rurais, agricultores, criadores de gado, ovinos
e caprinos dos municípios de Canindé, Caridade, Itatira, Paramoti,
Madalena, Choró e Aratuba estão revoltados com a onda de roubos de
animais, motores de irrigação e fios elétricos, que vem assolando a
região desde o ano passado. Mais de 280 produtores já foram vítimas das
ações criminosas de quadrilhas especializadas nesse tipo de crime nos
municípios mencionados. Uma reunião com autoridades ocorreu na última
semana, em Canindé, para discutir o problema.

Os prejuízos ainda não foram contabilizados, mas os proprietários de
sítios e fazendas estão assustados, pois muitos deles já foram
assaltados mais de três vezes. O alvo principal das quadrilhas é a zona
rural desses municípios, onde o policiamento ostensivo não está
presente. As grandes distâncias entre as propriedades atacadas e as
sedes dos municípios dificultam ainda mais o trabalho preventivo da
Polícia nos locais.

 
Cercas elétricas

A situação, segundo as vítimas, “está ficando incontrolável”. A
reportagem constatou a instalação de cercas elétricas artesanais
(gambiarras) em algumas propriedades com o objetivo de tentar se
proteger dos bandidos. Em outras, os fazendeiros chegaram a contratar
seguranças armados. Essa é, segundo eles, uma das saídas para intimidar
os grupos de assaltantes. Em muitos casos, a ousadia dos bandidos chama a
atenção até da Polícia.

Diante dos fatos, autoridades da Segurança Pública, criadores e
representantes de classe reuniram-se no auditório da Prefeitura de
Canindé, na última sexta-feira (22), para discutir formas de combate ao
número crescente de furtos de animais no interior do município. A
iniciativa do encontro foi do secretário de Desenvolvimento da
Cidadania, Segurança e Transporte (Sedecist), Carlos Alberto Moreira
Martins, e contou com a presença do comandante do 4º Batalhão de Polícia
Militar sediado em Canindé, tenente-coronel Natanael Soares, além do
capitão Válber Ferreira, delegada de Polícia Civil, Gisele Martins, e o
prefeito Celso Crisóstomo. Participaram do encontro cerca de 30
agropecuaristas que se dizem prejudicados.

Carlos Alberto Martins abriu a pauta fazendo uma estimativa do número
de animais roubados somente este ano na zona rural de Canindé, de acordo
com relatos de criadores. Em seguida, o prefeito Celso Crisóstomo
destacou que o prejuízo atinge também a economia do município e
manifestou seu apoio no combate a esse tipo de crime. “É mais do que
necessário investigar, descobrir e punir os infratores. Estamos do lado
da comunidade e queremos solução para esse grave problema”, afirmou.

O tenente-coronel Natanael Soares ouviu relatos das vítimas e
determinou que fosse realizado um mapeamento dos casos, visando
facilitar o trabalho da Polícia Militar. Para o oficial, a cooperação da
própria comunidade é fundamental no trabalho das forças policiais. “É
preciso o engajamento de todos para realizarmos uma operação com status
de força-tarefa contra essa onda abusiva de roubos”, frisou.

A delegada Gisele Martins tem a mesma opinião e destacou que, com
frequência, as vítimas de roubo de animais não cumprem seu papel de
comunicar o fato à autoridade policial e registrar o Boletim de
Ocorrência (B.O). “Prestar queixa na Delegacia é muito importante para o
trabalho da Polícia”, afirmou.

 
Animais

Não há estatística oficial de quantas cabeças já foram levadas, mas,
conforme relatos das vítimas, o furto de animais, incluindo bovinos,
ovinos, caprinos e suínos tornou-se um tipo de ocorrência praticamente
diária nas propriedades rurais de Canindé. Criadores veteranos afirmam
ter perdido dezenas de cabeças de gado de uma só vez.

“A partir dessas denúncias é que tivemos a ideia de nos reunir com as
demais autoridades e adotar um conjunto de medidas visando reprimir esse
tipo de crime. Com o que foi discutido hoje, acredito que já dispomos
de melhores condições para traçar um plano conjunto e eficaz de ação”,
avaliou o secretário Carlos Alberto Martins.

 

Fonte: Diário do Nordeste

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