Nordeste pode passar de 30 dias de racionamento de água anualmente até 2050.
Pesquisa prevê aumento de 59,3% na demanda por água tratada, impulsionado por elevação de temperaturas, urbanização e perdas na distribuição.
Um estudo recente divulgado pelo Instituto Trata Brasil, em parceria com a consultoria Ex Ante, estima que o Brasil poderá ter até 12 dias de racionamento de água por ano até 2050. O levantamento, intitulado “Demanda Futura por Água em 2050: Desafios da Eficiência e das Mudanças Climáticas”, projeta um crescimento de 59,3% na demanda por água tratada nas próximas duas décadas. Este aumento é atribuído à elevação das temperaturas, à expansão urbana e ao avanço econômico do país. O impacto combinado do aquecimento global e das significativas perdas na rede de distribuição, que chegam a quatro em cada dez litros, é apontado como um dos maiores desafios nacionais para a gestão hídrica nas próximas décadas.
As projeções climáticas indicam que, até 2050, a temperatura máxima nas cidades brasileiras deve subir cerca de 1°C e a mínima, 0,47°C, em comparação a 2023. Paralelamente, o número de dias chuvosos tende a diminuir, enquanto eventos de chuva intensa se tornarão mais frequentes, resultando em menor reposição dos mananciais e risco de desertificação. Cada 1°C adicional na temperatura pode elevar o consumo per capita de água em 24,9%. Atualmente, 40,3% da água tratada é perdida devido a vazamentos, ligações clandestinas ou falhas operacionais, totalizando 7 bilhões de metros cúbicos anuais. Regiões como o Nordeste e o Centro-Oeste poderão enfrentar cenários mais severos, com mais de 30 dias de racionamento por ano. Para evitar um cenário de escassez crítica, o estudo sugere a priorização de investimentos em eficiência, redução de perdas e gestão integrada dos recursos hídricos.
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