Megaoperação no Rio de Janeiro Resulta em Mortes e Prisões de Foragidos do Ceará
Ação de grande porte contra grupo criminoso em comunidades cariocas deixa dezenas de mortos e detidos, com Ceará monitorando possíveis retaliações.
Uma megaoperação deflagrada nesta terça-feira (28) no Rio de Janeiro deixou um saldo de dezenas de mortos e presos, incluindo indivíduos foragidos do Ceará. A ação policial foi direcionada contra integrantes de uma F4cção Cr1m1nosa que atua em comunidades cariocas. Ao menos cinco cearenses, que possuíam mandados de prisão em aberto e estavam escondidos na capital fluminense, foram mortos durante a ofensiva. Outros foragidos do Ceará também foram capturados pelas forças de segurança do Rio de Janeiro.
A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) do Ceará informou que está monitorando a situação no Rio de Janeiro e, de forma preventiva, reforçou o policiamento em pontos estratégicos para evitar possíveis retaliações no estado. Fontes da SSPDS confirmaram o monitoramento de áreas no Ceará. O balanço da Secretaria de Estado de Segurança Pública (SESP) do Rio de Janeiro, até as 18h desta terça-feira, confirmava 64 mortes e 81 capturas durante a operação, que teve início pela manhã nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte do RJ. Entre as vítimas fatais, estavam quatro policiais, incluindo o policial civil Rodrigo Cabral, de 34 anos, que foi atingido por um tiro na nuca.
Os indivíduos cearenses mortos na operação possuíam extensas fichas criminais e estariam utilizando a força da F4cção Cr1m1nosa para se esconder no Rio e, ainda assim, continuar ordenando crimes no Ceará. Um dos mortos é apontado como um dos responsáveis pelo assassinato do policial militar Bruno Lopes Marques, ocorrido em Pirambu, Fortaleza, em fevereiro de 2024. O crime, que vitimou o PM de 27 anos que estava de folga, teria sido ordenado por Carlos Mateus da Silva Alencar, conhecido como 'Skidum' ou 'Fiel', também escondido no Rio de Janeiro. A megaoperação no Rio mobilizou cerca de 2.500 agentes, incluindo equipes do Batalhão de Operações Especiais (Bope), Comando de Operações Especiais (COE) e Coordenadoria de Recursos Especiais (Core). A ofensiva contou com o uso de drones, helicópteros, 32 blindados terrestres e 12 veículos de demolição. No final da tarde de terça-feira, foram apreendidos 93 fuzis, 2 pistolas e 9 motocicletas. O Ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, em Fortaleza, refutou o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), sobre a negação de apoio à segurança pública. A Secretaria de Segurança classificou os ataques como uma ameaça direta à população, afirmando que a resposta policial é “firme e necessária, em defesa da sociedade”.