Ministros do governo José Eduardo Cardozo (direita) e Miguel Rossetto durante pronunciamento (AGÊNCIA BRASIL) |
Depois de manifestações contrárias ao governo ocorrerem em todo o País, os ministros José Eduardo Cardozo (Justiça) e Miguel Rossetto (Secretaria-Geral da Presidência) anunciaram ontem o envio ao Congresso de um pacote de propostas de combate à corrupção.
“Sejam nas manifestações de sexta-feira (convocadas por centrais sindicais) ou nas de domingo (convocadas pela Internet), há um encontro de identidade, que é um combate firme e rigoroso à corrupção e um combate à impunidade”, disse Cardozo. O ministro prometeu ainda maior diálogo com movimentos sociais e população para realizar uma “ampla” reforma política no País.
A fala dos ministros ocorreu no começo da noite de ontem, depois que a maior parte das manifestações pelo País já havia se dispersado. Antes do pronunciamento, eles passaram o dia reunidos com a presidente no Palácio da Alvorada. Em Brasília, cerca de 40 mil manifestantes protestaram em frente ao Congresso Nacional, pedindo, entre outros pontos, a saída de Dilma do poder.
“Elas (as manifestações) apenas confirmam que o Brasil vive um Estado democrático que admite a existência de opiniões contrárias e está muito longe de qualquer alternativa golpista”, disse Cardozo, que criticou ainda alguns cartazes que pregavam o “fim do Supremo Tribunal Federal” ou a volta da Ditadura Militar.
Rossetto, por sua vez, disse que as adesões aos atos não surpreendeu o governo e destacou que, “seguramente”, havia grande participação de eleitores da oposição nos atos. “O que não é legítimo é o golpismo, a intolerância, o impeachment infundado, que agride a democracia”, falou.
Os ministros asseguraram ainda que o governo está aberto ao diálogo e quer negociar com partidos da base aliada, mas também com a oposição e a sociedade as ações para a reforma política.
Relação conturbada
Enfrentando momento delicado no Congresso com os protestos e desdobramentos da operação Lava Jato, o governo terá tarefa difícil na aprovação de medidas reformistas. Nas últimas semanas, a gestão sofreu derrotas sobretudo na Câmara, presidida hoje por Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
O fim do financiamento privado de campanha, por exemplo, ainda não é consenso entre parlamentares. Frequentemente criticada no Congresso, a medida deve enfrentar resistências.
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