Petista declarou que é obrigação de um governo escutar quando protestos acontecem nas ruas REPRODUÇÃO |
Um dia após grandes manifestações populares contra seu governo e a corrupção, a presidente Dilma Rousseff declarou nesta segunda-feira (16) que é obrigação de um governo escutar quando protestos acontecem nas ruas.
A presidente disse que o governo tem também a obrigação de abrir diálogo com postura humilde e, ao mesmo tempo, ser firme naquilo que acha que é importante. Ela admitiu que há alguma divergência sobre visões em relação ao ajuste fiscal.
“Corrupção é uma senhora idosa”
Dilma argumentou que a corrupção no governo é anterior à chegada do PT ao poder. “A corrupção é uma senhora idosa e não poupa ninguém. Pode estar em todo lugar, inclusive no setor privado”, disse a petista em entrevista coletiva após solenidade no Palácio do Planalto.
O escândalo de corrupção na Petrobras, investigado pela Polícia Federal, abalou a imagem do governo e do PT. O delator e ex-gerente da estatal Pedro Barusco acusou o partido de ter recebido até US$ 200 milhões em propina do esquema.
Dilma prontificou-se a dialogar com todos os setores da sociedade, mas esclareceu que não pode obrigar ninguém a conversar com o governo.
A pauta da corrupção foi central nos protestos de domingo, o que fez o governo procurar respostas para dissipar o mau humor em alguns estratos. Mas, na agenda interna, a presidente renovou apenas uma promessa de campanha: lançar, possivelmente esta semana, um pacote anticorrupção com foco na redução da impunidade.
Dilma admite erros de dosagem na condução econômica
A presidente Dilma Rousseff começou a flexibilizar seu discurso sobre as medidas tomadas no passado para estimular o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e admitiu erros de dosagem na condução da economia.
O governo tem sido pressionado a fazer um mea-culpa sobre a discrepância entre o tom otimista usado nas eleições e o discurso pessimista adotado após a reeleição com o agravamento da situação econômica.
Durante a campanha, a então candidata prometeu não realizar um tarifaço. Nos últimos meses, porém, algumas contas subiram expressivamente, como a da energia e dos combustíveis.
Nesta segunda-feira, em entrevista coletiva após as manifestações de domingo, a petista ensaiou uma autocrítica, mas, momentos depois, relativizou o gesto. Apesar da correção momentos depois, há uma ligeira mudança no tom adotado até agora. Dilma resolveu fazer um duro ajuste fiscal sem admitir, publicamente, erro algum.
“Cometemos erro de dosagem? É possível que a gente tenha cometido algum”, afirmou ela a jornalistas para, em seguida, dizer não acreditar nessa hipótese. De acordo com a presidente, eventuais erros tiveram o objetivo de evitar a quebradeira de empresas e o desemprego.
A presidente ainda disse que está aberta ao diálogo, acrescentando que isso demonstra uma postura de humildade. Segundo Dilma, é preciso dialogar, fazer o que precisa ser feito: “Vamos brigar depois”.
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