Natural da Guiné, o homem teve febre nos últimos dois dias, mas não
apresentou hemorragia, vômito ou outros sintomas que caracterizam a
infecção por ebola. Outras suspeitas são de que ele tenha malária ou
dengue.
Atendido na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Brasília II,
em Cascavel, o paciente está em isolamento. Por precaução, toda a
unidade foi colocada em quarentena, assim como um número não divulgado
de funcionários do centro médico. Pacientes que estavam na UPA de
Cascavel foram transferidos para outros hospitais. Equipes do Ministério
de Saúde e da Secretária Estadual estão a caminho do local. A
expectativa é que o paciente seja transferido para o Instituto Nacional
de Infectologia Evandro Chagas, no Rio, referência nacional para casos
de ebola, na manhã desta sexta. O transporte será feito em uma aeronave
da Polícia Rodoviária Federal.
O superintendente de Vigilância em Saúde do Paraná destacou que o caso é
apenas uma suspeita e que não há motivo para pânico entre os moradores
da cidade. “Essa é uma doença que só se transmite com contato com
secreções, sangue. Não há a mínima possibilidade de uma pessoa que
esteve no mesmo ambiente, sem tocar no paciente, pegar ebola. Reforço
que a população de Cascavel está segura”, afirmou.
A notícia aparece no mesmo dia em que o Secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, afirmou que, embora baixo, existia o risco de o Brasil registrar um caso da doença. Pela manhã, ele disse que o sistema de vigilância montado era adequado e que instituições de saúde estavam em treinamento constante para identificar casos suspeitos e para adotar as medidas de segurança necessárias, caso isso ocorresse.
O mundo enfrenta a pior epidemia de ebola da história. Foram registrados 8.011 casos na Guiné, Libéria e Serra Leoa, com 3.857 mortes, de acordo com dados da Organização Mundial de Saúde. Nigéria, Senegal, Estados Unidos e Espanha apresentaram transmissões localizadas. Juntos, foram contabilizados nestes países 21 pacientes com a doença e oito mortes.
Vírus – Transmitida por um vírus, a doença é fatal em cerca 65% dos casos. A infecção ocorre através do contato com sangue, fluidos corporais da pessoa infectada ou do animal doente, como macacos, capivaras e porcos-espinhos. Ao contrário de outras doenças, no entanto, a transmissão ocorre quando o paciente já apresenta os sintomas da infecção. Os principais são febre, fraqueza, dores abdominais, vômito e hemorragias. A incubação – período entre o contágio e a manifestação dos primeiros sintomas – pode variar entre 2 a 21 dias. Não há remédio específico para o ebola.
Em agosto, o Centro de Operações de Emergência em Saúde do governo federal acionou o nível dois de emergência, o penúltimo na escala de gravidade, que permite o deslocamento de equipes federais para regiões com suspeita da doença no país sem a necessidade de autorização dos governos locais. Desde que a Organização Mundial de Saúde decretou emergência, o Brasil adotou um conjunto de medidas para prevenir a transmissão e permitir a rápida identificação de um caso suspeito da doença, com isolamento e tratamento.
O grupo Executivo Interministerial para Emergências em Saúde Pública foi convocado, videoconferências semanais com todos os Estados são realizadas, simulações foram feitas em hospitais de referência e em aeroportos. De acordo com o plano traçado, casos suspeitos devem ser encaminhados para hospitais de referência. Esses hospitais, no entanto, fazem apenas a primeira triagem. Casos confirmados, de acordo com a estratégia, devem ser enviados para dois hospitais: Instituto Nacional de Infectologia, no Rio e Hospital Emílio Ribas, em São Paulo. O teste de diagnóstico para comprovação da infecção é feito no Instituto Evandro Chagas.
Fonte: Veja
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