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MULUNGU-CE: Médica se recusa a atender policial armado e gera polêmica

Uma médica que trabalha em Mulungu, no Maciço de Baturité, se recusou a aplicar uma injeção em um soldado da Polícia Militar por ele estar portando uma arma de fogo. O fato ocorreu nesta segunda-feira (15), dentro de um hospital público, e movimentou as redes sociais com protestos e comentários acerca da polêmica sobre o uso da arma de fogo em locais públicos e particulares.

O soldado teria ido até o hospital para tomar uma injeção, mas a médica informou que só iria atendê-lo se deixasse a arma em outro local. O motivo seria o constrangimento causado pela presença de uma pessoa armada dentro do consultório. O comandante da área foi até o local e pediu explicações acerca do caso.

Nas redes sociais, a profissional divulgou “Meu direito de me recusar a atender um paciente em uma situação que me deixe desconfortável. Armas versus o direito e o dever de portar a arma dele em serviço. Pedi ao policial para deixar a arma com algum colega e pelo semblante não gostou, mas voltou sem a arma. 

Daqui a pouco entra o comandante que me interroga sobre o motivo e respondi que me deixava extremamente desconfortável, daí só entendia que dois homens grandes na minha frente e um deles interrogando o motivo do meu desconforto e tentando me convencer que estão a servigo da gente e da população. Eu sei, mas não muda o fato que eu fico nervosa e o coração vai a mil. Depois do interrogatório e discurso atendi o policial sem a arma”, publicou no Facebook.

Procurada pela reportagem, a médica informou que não pretendia comentar sobre o caso, pois não se trata de um problema referente ao porte de arma, mas referente a uma questão pessoal de ficar desconfortável com a arma de fogo dentro de um ambulatório pequeno.

De acordo com informações do Relações Públicas da Polícia Militar do Estado do Ceará, tenente-coronel, Fernando Albano, o comando da PM poderá se pronunciar sobre o caso na terça-feira (16).

Sindicato dos médicos se pronuncia sobre o caso

O sindicato dos médicos foi procurado pela reportagem e informou que a médica tem o direito de não atender um policial armado, não sendo um caso de urgência. E também relatou que os profissionais da saúde se sentem inseguros, pois existem casos de pacientes que entram armados e tentam pressionar os médicos por se sentirem prejudicados em relação ao atendimento da unidade hospitalar ou por não obterem atestado médico.

A polêmica sobre o porte da arma de fogo em locais como instituições públicas e de saúde começou quando uma policial foi impedida de assistir aula por estar armada e fardada. A Universidade Federal do Ceará (UFC) divulgou que a universitária foi orientada a deixar a arma com os seguranças. Já na versão da policial, ela não foi aceita pelos alunos, que entraram em contato com a diretoria e que foi retirada de sala por estar fardada.

Na tarde do último domingo (14), a Associação de Profissionais de Segurança lançou uma nota de repúdio contra um hospital particular que teria impedido que um policial militar fardado acompanhasse a esposa na unidade hospitalar. O setor jurídico da associação está realizando levantamentos para acionar o setor jurídico.

Atualmente, profissionais da segurança realizam uma campanha com a hashtag #eutenhoorgulhodaminhafarda nas redes sociais. Eles se sensibilizaram com a situação da PM de estudantes que não têm tempo de trocar de roupa ou guardar a arma em casa diante da rotina de trabalho e estudos.

Fonte: Diário do Nordeste 

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