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Funceme: Ceará segue em alerta por ar seco

Os mais vulneráveis a contrair doenças pela baixa umidade são as
crianças de pouca idade, os idosos e as pessoas que já possuem problemas
pulmonares (Foto: Diário do Nordeste)

Dados da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme)
registraram que, desde o dia 12 de agosto, a presença de um sistema de
Alta Pressão Atmosférica está deixando a umidade relativa do ar baixa
até na faixa litorânea de Fortaleza. Das oito macrorregiões demarcadas
para as análises da Funceme, seis estão com nível considerado de
“Atenção”, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), enquanto
as outras duas permanecem em situação de “Observação”.

“Não é
comum termos níveis tão baixos assim em cidades litorâneas do Ceará”,
explica a meteorologista Dayse Moraes. A OMS considera como ideal a
umidade do ar acima de 60%. É considerado estado de observação os níveis
de 40% a 31%. Quando a umidade cai abaixo dos 30%, há estado de
atenção. Se a umidade atingir níveis entre 20% e 12%, é decretado o
estado de alerta. Abaixo disso, é considerado estado de emergência.

A
Funceme indica que, nessas ocasiões, é melhor evitar práticas físicas a
céu aberto de 11h a 15h. Para amenizar a situação, o órgão recomenda o
uso de vaporizadores, toalhas umedecidas, bacias com água nos quartos,
beber muita água, entre outras providências úteis. O litoral norte do
Estado, composto pelos municípios de Baturité, Beberibe, Canindé,
Cascavel, Itapagé, Itapipoca, Paracuru, Pentecoste, entre outros, é o
que mais sofre com esse fenômeno natural. Durante esses dias, foram
registrados 81% de umidade, por volta das 4 horas da manhã e, às 16
horas, o nível mínimo cai drasticamente para 25%.

Situação
semelhante acontece com as regiões Ibiapaba, Jaguaribana, Cariri, Sertão
Central e Inhamus, e Litoral do Pecém que, durante o período da tarde, o
nível de umidade reduz praticamente dois terços do total registrado
durante a manhã.

Fenômenos

Vale ressaltar
que, nesse mesmo período, em anos anteriores em que não há presença de
fenômenos como este, geralmente, as pesquisas da Funceme mostram que a
umidade do ar varia entre 60 a 70% em áreas litorâneas, enquanto no
Interior o número fica entre 40 a 50%.

A região do Maciço de
Baturité é a menos atingida pela baixa umidade do ar, embora os níveis
de todas as regiões permaneçam abaixo do que é considerado normal. A
região de serras apresentou uma máxima de 94% de umidade do ar, às 5h,
enquanto a máxima foi registrada às 15h, quando a taxa cai para 41%.

A Funceme afirma, ainda, que a situação da baixa umidade relativa do ar tem previsão de permanecer até a próxima sexta.

Baixa umidade agrava doenças respiratórias

Nesse
período em que é registrado uma queda considerável da umidade relativa
do ar, muitas pessoas começam a sentir as consequências do fenômeno na
própria saúde. As doenças são diversas e podem atingir a todos, porém os
mais vulneráveis à baixa umidade são as crianças de pouca idade, os
idosos e as pessoas que já possuem problemas pulmonares.

O médico
infectologista e diretor do Hospital São José, especializado em doenças
infecciosas, Roberto da Justa, explica que a baixa umidade é um dos
maiores fatores responsáveis pelo ressecamento de vias respiratórias.

“Esse
período seco pode agudizar doenças pulmonares, levando à tosse e falta
de ar. É propício, também, para infecções respiratórias altas, como
sinusites e rinites, pneumonias, bem como as causadas por bactérias”,
explica.

Segundo o infectologista, essas doenças podem agravar
bronquites crônicas, asmas e enfisemas. O ar-condicionado é um grande
vilão nessa época. “A baixa temperatura agrava muito mais as condições
de umidade do ar, predispondo as pessoas à complicações”, diz. Os
sintomas mais comuns são: ressecamento de mucosas do nariz e garganta,
nariz entupido, podendo apresentar sangramento, espirros, tosse,
dificuldade para respirar.

Além dos problemas respiratórios, é
frequente as pessoas apresentarem ressecamento da pele e irritação dos
olhos. O médico dá algumas dicas de prevenção dos agravantes. “É
necessário beber muita água. Outra coisa importantíssima é umidificar o
ambiente de dormir”, enfatiza o médico.

Além desses cuidados, é
preciso evitar cortinas ou carpetes que acumulam poeira, e procurar não
tomar banho com água muito quente, pois aumenta o ressecamento da pele.
Usar creme hidratante e protetor labial.

Fonte: Diário do Nordeste

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