Apesar do baixo percentual, volume está próximo de tudo que choveu em março do ano passado (Foto: Divulgação). |
O mês é de São José, mas na parcial das duas primeiras semanas de março
choveu 75,3 milímetros (mm) no Ceará até ontem, 36,5% da média – que é
de 206,2 mm – para o mês inteiro. Na comparação com março de 2013,
quando foram registrados 78,7 mm ao longo dos 30 dias, a situação se
apresenta “um pouco melhor”, segundo a Fundação Cearense de Meteorologia
e Recursos Hídricos (Funceme).
“As condições estão um pouco
melhores, mas também irregulares”, explica a meteorologista Cláudia
Rickes. “Em 2013, o oceano Pacífico estava neutro e o Atlântico com o
dipolo positivo, que é desfavorável para as chuvas”.
Quando as
configurações das águas dos oceanos estão neutras, significa que vai ter
irregularidade no período chuvoso, tanto temporal quanto espacial, que é
a situação deste ano. “Tem dia em que chove muito em um município e no
vizinho não chove”, exemplifica.
A meteorologista relembra que,
de acordo com o prognóstico divulgado pela Funceme em fevereiro de como
se comportaria a previsão para março, abril e maio, as chuvas tendem a
ficar tanto dentro como abaixo da média na mesma probabilidade de 40%.
“Mas estamos apenas na primeira quinzena do primeiro mês”, ressalta
Cláudia.
Cariri
Nos primeiros 14 dias, a
macrorregião do Cariri foi onde mais choveu, devido a dois sistemas
atmosféricos. “A zona de convergência intertropical e o vórtice
ciclônico de altos níveis (VCAN), típico da pré-estação – nos meses de
dezembro e janeiro – mas que ainda está atuando nesse período”.
Cláudia
explica que o VCAN normalmente se posiciona favorecendo as chuvas na
região sul do Estado, principalmente no Cariri, a única que registrou
desvio positivo (16,9%) no mês passado, com chuvas de 195,1 mm.
Em
fevereiro, as piores situações foram no Litoral do Pecém e no Litoral
Norte do Ceará, este com pior volume na comparação da média histórica de
março.
Reservatórios
O Ceará acumulava
até a manhã de ontem aproximadamente 5,6 bilhões de metros cúbicos de
água, que representa 29,96% de sua capacidade total, segundo a Companhia
de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh). Ou seja, apesar das chuvas
que caíram no mês, não houve aumento significativo no volume dos
reservatórios.
Das 12 bacias hidrográficas, apenas as do Alto
Jaguaribe (46,69% da capacidade) e do Salgado (29,84%) tiveram aumento
de águas. A situação mais delicada é a Bacia dos Sertões de Crateús,
cuja capacidade está em 3,36% da sua totalidade.
Saiba mais
O
volume dos reservatórios tem ficado estável nos últimos 30 dias, o que,
conforme a Cogerh, significa que evaporação diminuiu e as chuvas deram
recargas nos reservatórios. Mas são recargas pequenas, o que não deixa o
volume aumentar.
Do dia 1º de janeiro até março, passou de 113 para 107 o número de açudes com volume inferior a 30%.
Em
caráter emergencial, o Governo do Estado vai construir 406 quilômetros
de adutoras de montagem rápida para atender 11 cidades: Canindé,
Caridade, Crateús, Nova Russas, Tauá, Caririaçu, Irauçuba, Alcântaras,
Quiterianópolis, Potiretama e Maranguape. O investimento será de
R$154.244.570,31.
Fonte: O Povo
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