Adoção de simuladores pelas autoescolas vem gerando uma série de controvérsias |
A Câmara dos Deputados aprovou em Brasília, nesta semana que termina,
requerimento que acelera a tramitação de um projeto de decreto
legislativo, o qual cancela a obrigatoriedade para que as autoescolas
utilizem simuladores de direção em aulas. Com isso, o projeto será
votado nesta semana que começa, diretamente no plenário da Câmara, sem
passar pelas comissões da casa. A proposta é do líder do DEM na Câmara,
Mendonça Filho (PE).
De acordo com o deputado, há indícios de
que a medida foi elaborada para beneficiar só quatro empresas que detêm
a tecnologia dos simuladores, já que faltam argumentos técnicos que
justifiquem a medida. O líder acrescentou que a obrigatoriedade vai
onerar os condutores, que pagarão entre 20% a 30% a mais para obterem
carteira nacional de habilitação, uma vez que cada equipamento é vendido
a R$ 40 mil, fora o custo de manutenção.
A ideia do sistema,
de acordo com o Conselho Nacional de Trânsito (Contran), é utilizar
tecnologias de realidade virtual para o aprimoramento do processo de
formação dos motoristas. Segundo o Ministério das Cidades, estudos
preparados pelo Governo norte-americano comprovaram que a instrução no
simulador de volante do carro pode reduzir pela metade o número de
acidentes. Nos 24 primeiros meses após a obtenção da carteira de
motorista, o equipamento ainda desenvolve as habilidades sensoriais e
motoras do condutor, assim como os conhecimentos teóricos das regras de
trânsito e o autocontrole emocional. Além disso, permitirá treinar os
controles do veículo e se colocar em situações similares às que ocorrem
em vias públicas antes das aulas práticas de volante.
No dia
11 passado, o Contran havia definido um novo prazo para a
obrigatoriedade do uso do simulador de direção veicular nas autoescolas
do País: 30 de junho.
A nova data foi fixada a fim de que os
centros de formação de condutores possam promover as adequações
necessárias para implantação do sistema e estabelecer uma nova estrutura
curricular para formação do candidato à carteira nacional de
habilitação (CNH), categoria B.
O Departamento Nacional de
Transito (Denatran), órgão do Ministério das Cidades, solicitou à
Universidade Federal de Santa Catarina (UFCS), em 2009, a elaboração de
estudos a respeito do uso simulador de direção para complementar a
formação dos condutores. Os pesquisadores concluíram que o equipamento
treinará os motoristas fora das vias públicas, o que garantirá a sua
integridade física e a do instrutor.
Sócio ex-Denatran
Uma
das quatro empresas que podem dividir o mercado milionário de
simuladores de direção para a formação dos motoristas tem como sócio um
ex-assessor do Denatran que trabalhou no órgão quando essa exigência já
era discutida. (da Folhapress)
Saiba mais
Na
última quinta-feira, 13, os proprietários de autoescolas de Fortaleza
realizaram uma manifestação em frente à Câmara Municipal contra a
implantação do Simulador de Direção Veicular. Carros de diversas
autoescolas fecharam a rua em frente em Casa Legislativa. Um grupo de
proprietários foi recebido por parlamentares que prometeram apoio à
luta contra o equipamento. Os proprietários de autoescolas criticam que
o custo do equipamento é muito alto e ele não atende às necessidades
especiais de quem vai aprender a dirigir um veículo.
Via O Povo Online
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