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Seca no Ceará: 42 cidades precisam de ações para não entrar em colapso. Mucambo, Pacujá e Graça estão na lista

Vinte e dois municípios ficarão com reservas
insuficientes até o fim deste ano e 18 cidades já precisam de ações
emergenciais. Até o início de 2014, o risco de colapso é iminente para
outros dois municípios. (Click para ampliar)

O açude Colina, única fonte hídrica de Quiterianópolis (a 410 km da
Capital), secou em julho. Hoje, os mais de cinco mil habitantes da
cidade dependem da água levada por 23 carros-pipa e retirada de seis
poços. O município é um dos 22 que, com reserva insatisfatória, correm o
risco de entrar em colapso ainda em 2013.

Para que isso não
ocorra, ações emergenciais devem ser executadas, a exemplo do que já vem
acontecendo em outras 18 cidades. Até o início de 2014, o risco de
desabastecimento completo é iminente para outros dois municípios,
totalizando 42 cidades à mercê de ajuda para não colapsar. Quatro delas
já começaram a racionar água.

Os dados fazem parte de
relatório elaborado pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos
(Cogerh). O documento relaciona as 42 cidades que apresentam criticidade
de abastecimento e aponta as ações emergenciais e soluções definitivas
para cada um dos municípios. De acordo com o relatório, 26 açudes estão
em situação crítica. O documento aponta também 25 mananciais (três rios e
22 açudes) que ainda têm condições de fornecer água e são fontes para
instalação de adutoras e carregamento de carros-pipa, ações emergenciais
propostas.

Entre as soluções definitivas propostas está a
construção de mais seis açudes, porém, sem prazo de conclusão
estabelecido. “O açude Colina foi construído há 20 anos e nunca chegou
nessa situação. Ele tem capacidade para três milhões de metros cúbicos,
mas a nossa população tem aumentado muito e, mesmo que chova, a barragem
não conseguirá mais suprir”, afirmou o secretário-adjunto da
Agricultura de Quiterianópolis, Miguel Coutinho.

Situação das cidades

No
município de Baixio, na Região Centro-Sul, dois carros-pipa levam água à
população. A grande espera, entretanto, é pela perfuração de quatro
poços, conforme o secretário da Agricultura, Geraldo Lima. “Fazendo
esses poços, a situação melhora muito. A pessoa não esperaria só pelo
carro-pipa, pegando água com até dois quilômetros de distância”. A
solução definitiva proposta no relatório da Cogerh prevê conclusão,
através da Superintendência de Obras Hidráulicas (Sohidra), de adutora a
partir do açude Jenipapeiro, obra que estaria com 90% dos tubos
instalados. “Fizeram essa barragem, mas não tem água e já está enchendo
de mato”, diz Geraldo.

Em Salitre, a principal fonte hídrica é
um sistema de poços que, em regime de racionamento, atende apenas 50%
da demanda. Conforme o documento da Cogerh, outros poços foram
perfurados, porém, não houve vazão suficiente e o nível de salinidade da
água era alto. “Hoje tem um poço no Centro, que serve cerca de 20% da
cidade. O restante depende da venda de água nas carroças ou dos
carros-pipa”, contou o secretário da Agricultura do município, João
Costa e Silva.

Acopiara também é uma das cidades com alta
criticidade de abastecimento. O manancial que fornecia água para o
município era o açude Quincoê, hoje seco e substituído pelo açude
Raimundo de Morais, que também está com reserva crítica. “Esse açude
atende 19 carros-pipa, mas já avisamos ao Exército, que leva água para a
zona rural, para abastecer no açude Boiote, deixando a água de lá
(açude Raimundo de Morais) apenas para a sede”, disse o secretário da
Agricultura do município, José Moreira de Andrade. A espera da população
é pela adutora a partir do açude Trussu, obra executada pela Prefeitura
junto com a Fundação Nacional da Saúde (Funasa), desde 2006.

Fonte: O povo Online

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