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Polícia prende quadrilha que fraudava o INSS

Detalhes da operação foram repassados, ontem, na sede da PF, em
Fortaleza. Os prejuízos aos cofres do INSS não foram contabilizados
FOTO: ALEX COSTA

A investigação realizada em conjunto pela Polícia Federal (PF),
Ministério da Previdência Social e Ministério Público Federal (MPF),
iniciada em 2011, resultou no desmantelamento de uma organização
criminosa especializada em fraudar processos de concessões de benefícios
de aposentadoria. Na manhã de ontem, membros da Força Tarefa
Previdenciária desencadearam a “Operação Blokk”, no cumprimento de 15
mandados de busca e apreensão e de três de prisão expedidos pela 15ª
Vara da Justiça Federal de Limoeiro do Norte/CE.

 A operação contou com o efetivo de 55 policiais federais e 17 técnicos
da Seguridade Social. Entre os presos está um funcionário da agência do
INSS em Russas, no Vale do Jaguaribe.
O superintendente regional do INSS
no Nordeste, João Maria Lopes, acrescentou que o trabalho também foi
realizado na sede da Agência da Previdência Social de Russas, nos
Sindicatos de Trabalhadores Rurais dos municípios de Jaguaribara,
Tabuleiro do Norte e Quixeré/CE. Os federais também cumpriram ordens
judiciais nas residências dos investigados.

Prejuízos
O
funcionário da Previdência Social preso, de acordo com as
investigações, colocava dados falsos de vínculos trabalhistas no
cadastro Nacional de Informações Sociais da Previdência Social, no caso
de aposentadorias urbanas; e dava instruções de como preencher
requerimentos de benefícios rurais com uso de declarações falsas de
atividades agrícolas.

O delegado federal Wellington Santiago da
Silva, titular da Delegacia Regional de Combate ao Crime Organizado,
lembrou que ainda não tem como determinar de quanto foi o prejuízo aos
cofres da Previdência Social, tendo em vista que todos os casos serão
analisados, pois existe a possibilidade de algum desses processos ser
verdadeiro.

As pessoas que conseguiram aposentadoria por meio
fraudulento terão de volver o que foi recebido ao erário. “Todos os
envolvidos terão amplo direito de defesa”, afirmou Santiago. Foram
apreendidos documentos e computadores que serão analisados pela Polícia
Federal e Previdência Social com vistas a identificar todos os demais
envolvidos o esquema fraudulento, inclusive outros servidores
previdenciários, intermediários e os próprios beneficiários.

Segundo
o superintendente da PF, Renato Casarini Muzy, os investigados
responderão pelos crimes de estelionato, corrupção ativa e passiva e
inserção de dados falsos em sistema de informações da Previdência
Social, podendo ser denunciados e condenados a penas que variam de cinco
a doze anos de reclusão

Suspeitas

O
número de benefícios concedidos através da agência de Russas levantou
suspeitas por parte do pessoal da Assessoria de Pesquisa estratégica.
Estão sob investigação casos de aposentadorias concedidas desde 2007.

 
FERNANDO BARBOSA
Diário do Nordeste

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