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Operação no cariri: PF descobre fraudes em 42 municípios cearenses.

Nas cidades de Assaré e Juazeiro do Norte, os ´federais´ apreenderam documentos em vários escritórios contábeis.FOTO: DIVULGAÇÃO

Juazeiro do Norte. O Ministério Público Federal (MPF) e
Polícia Federal (PF) deflagraram, ontem, nas cidades de Juazeiro e
Assaré, uma operação de combate a fraudes em licitações para a execução
de obras públicas que se estendem por 42 municípios cearenses e que,
desde 2012, conforme as autoridades, teriam desviado cerca de R$ 40
milhões de prefeituras.

A ação conjunta dos dois órgãos federais resultou no cumprimento de sete
mandados de busca e apreensão em residências e estabelecimentos
comerciais de empresários e contadores, neste Município (493Km da
Capital).

Intitulada de ´Pa-Dub-Dar´ (nome que teria dado origem a
expressão Contabilidade), a operação visou desarticular o amplo esquema
de fraudes em processos licitatórios, realizados no período de janeiro
do ano passado a março último.

Desvios

As
fraudes, conforme o MPF, vinham sendo monitoradas desde o começo do ano
e resultaram no desvio de recursos da União destinados para realização
de obras e projetos nos municípios.

Durante o cumprimento dos
mandados, foram apreendidos documentos, arquivos e computadores. Na
residência de um dos investigados, os agentes federais encontraram, no
porta malas de um veículo, grande quantidade de documentos referentes à
processos licitatórios.

“O esquema contava com a participação de
11 empresários que vinham realizando uma espécie de rodízio para que os
processos licitatórios fossem ganhos”, informou o procurador da
República Rafael Rayol.

Ele explica que, a maioria dos certames
era referente a obras de engenharia. “Eles (os suspeitos) escolhiam o
processo onde a quadrilha agiria e, através de um acerto prévio,
definiam o vencedor através das propostas apresentadas”, explicou Rafael
Rayol. O MPF chegou a pedir a prisão preventiva de três empresários
supostamente envolvidos no esquema criminoso. Os pedidos, no entanto,
não foram acatados pela Justiça. Conforme o procurador, o MPF já
recorreu da decisão à instância superior.

“Entendemos que a liberdade de alguns dos envolvidos pode gerar certo prejuízo às investigações”, ressaltou.

Controladoria

As
investigações apontaram a participação de contadores que auxiliavam os
empresários no cometimento das fraudes durante os certames. O trabalho
desenvolvido pelo Ministério Público Federal e pela PF também contou com
o apoio da Controladoria Geral da União (CGU).

As autoridades
não revelaram os nomes dos contadores, empresários e gestores públicos
que estão sendo alvo das investigações. Já o material apreendido durante
o cumprimento dos mandados judiciais foi encaminhado à PF e passará por
uma série de perícias técnicas.

Em computadores e papeis a PF e o MPF tentam encontrar provas materiais dos golpes.

ROBERTO CRISPIMREPÓRTER 
Diário do Nordeste

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