Por decisão da Justiça, o comandante do policiamento do Município de Brejo Santo (500Km de Fortaleza), major PM Giovani Sobreira, foi afastado do cargo. O oficial vinha sendo investigado pelo Ministério Público e pela Coordenadoria Geral de Disciplina do Estado (CGD). Ele é suspeito de praticar crimes como invasão de domicílio, constrangimento ilegal, abuso de autoridade, ameaça e corrupção.
As investigações dos dois órgãos vinham ocorrendo há várias semanas, a pedido da Secretaria Nacional de Direitos Humanos da Presidência da República. O Comando-Geral da PM confirmou o afastamento do oficial e revelou que ele já foi transferido para esta Capital.
Prisões
As investigações em torno do caso vinham sendo feitas de forma sigilosa. No entanto, na manhã de ontem, uma equipe da Delegacia de Disciplina da CGD se deslocou de Fortaleza até a cidade de Brejo Santo e cumpriu mandados de busca e apreensão na residência do major e na própria sede da 3ª Companhia do 2º BPM. Na casa do oficial, os membros da CGD apreenderam munições e uma arma de fogo.
Já na sede da Companhia, três policiais militares acabaram sendo presos em flagrante, suspeitos de usar armas de fogo sem o devido registro.
Foram detidos o cabo PM José Willamar Rodrigues, do Policiamento Ostensivo Geral (POG) e os soldados Hildo de Sousa Guerra e Tarcísio Granjeiro de Sousa, ambos destacados no Ronda do Quarteirão daquela cidade.
O cabo Willamar portava uma pistola sem registro, enquanto os dois soldados tinham revólveres de calibre 38 na mesma situação, isto é, sem documentação de registro. Os três foram autuados em flagrante delito pelo crime de porte ilegal de armas e estão detidos disciplinarmente, conforme o Comando.
Ainda nas buscas dentro do Quartel, os membros da CGD teriam encontrado um revólver de calibre 22 sem procedência confirmada, além de vários cheques que totalizaram R$ 24 mil.
Distância
As investigações em torno da conduta do major Sobreira indicaram, segundo a CGD, que ele vinha praticando abusos no cargo, inclusive, invadido residências de suspeitos de crimes sem autorização judicial. Por conta disso, a Justiça determinou que, além de ser afastado do cargo, ele deverá se manter a uma distância de 100 metros das pessoas que seriam vítimas das transgressões disciplinares.
No entanto, o comandante-geral da PM, coronel Werisleik Pontes Matias, informou à Reportagem, no começo da noite de ontem, que o major já está em Fortaleza e vai aguardar o desenrolar das investigações.
O Ministério Público chegou a encaminhar à Justiça um pedido de decretação de prisão preventiva para o oficial, mas o Judiciário não acatou por considerá-la desnecessária.
Colaborar
Ainda na entrevista, o comandante-geral da PM informou que está colaborando nas investigações da CGD e do Ministério Público para que todas as denúncias sejam devidamente esclarecidas. O oficial afastado do Comando da Companhia de Brejo Santo será ouvido e, no decorrer da apuração, ficará à disposição do Comando-Geral.
Fonte: DN
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