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Investigação aponta ex-prefeito de Itatira e seu filho como líderes de associação criminosa

Investigações preliminares da Operação Cactus demonstram que um ex-prefeito do município de Itatira e seu filho, atuando como lobistas, liderariam uma associação criminosa, cuja atuação junto a prefeituras do Estado do Ceará e de outras unidades da federação tinha o objetivo de facilitar a obtenção de recursos federais, na forma de convênios ou contratos de repasse, inclusive mediante emendas parlamentares. Os nomes dos supostos líderes da quadrilha ainda não foram revelados.

Além disso, o grupo se infiltrava nos órgãos federais repassadores dos recursos, mediante a obtenção de apoio de servidores públicos e a participação de outros agentes, com o intuito de garantir os repasses para os projetos e prefeituras de interesse do grupo e de evitar que esses projetos passassem por acompanhamento e fiscalização, como forma de garantir a ocultação de irregularidades e fraudes. Boa parte desses recursos teria sido desviada.

A Operação Cactus foi deflagrada na última quinta-feira, 21, numa ação conjunta entre Polícia Federal e Controladoria Geral da União (CGU). Ela ocorreu simultaneamente em 20 municípios cearenses, quando foram executadas mais de 62 mandados de busca e apreensão para desarticular uma quadrilha supostamente envolvida em fraudes de licitações.

De acordo com as investigações, o grupo formado por cerca de 50 pessoas desviava recursos que a União repassava aos municípios para o combate da seca. Os repasses, no período investigado, somariam R$ 48 milhões. O principal órgão investigado até o momento é o Departamento Nacional de Obras Contras as Secas (Dnocs), sediado em Fortaleza.

A operação ocorreu também em Brasília (DF), Aparecida de Goiânia (GO) e Natal (RN). Os mandados foram expedidos pela 11ª Vara da Justiça Federal, em Fortaleza. Em todos os municípios, foram apreendidos documentos e equipamentos. As investigações foram iniciadas há cerca de dois anos e as averiguações se concentram em convênios e licitações firmados entre 2008 e 2013.

O trabalho de investigação também concluiu que havia gerenciamento e montagem dos processos junto a prefeituras cearenses, além de simulação de licitações, com uso de empresas controladas pelo grupo. As apurações realizadas constataram o enriquecimento desproporcional dos diversos participantes da quadrilha, dentre os quais se destacam o mentor do esquema, seu filho e sua principal assistente. Participaram da Operação 268 policiais federais e 10 auditores da Controladoria Geral da União.

Fonte: Redação O POVO Online
com informações da
assessoria da CGU

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