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Canindé volta ao foco com novo papa.

A escolha do nome Francisco pelo papa Jorge Bergoglio colocou a cidade de Canindé em evidência mais uma vez no cenário religioso do mundo. De acordo como Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Município tem 80 mil habitantes e desse total, 66% da população foram batizados com o nome de Francisco em homenagem ao santo dos pobres, dos humildes, defensor da natureza e o santo do milênio.

Além do padroeiro da cidade, levam o nome Francisco o prefeito da cidade, Francisco Celso Crisóstomo Secundino; o secretário de Cultura e Esporte, Francisco Jander Silva; o ex-secretário de Turismo é, Francisco Plínio Gomes e um dos maiores comunicadores da região, Francisco de Assis Rodrigues Vieira.

Nenhum município brasileiro exemplifica tão bem a homenagem a esse nome que retrata a vida de São Francisco das Chagas, padroeiro de Canindé, no Sertão do Ceará.

O prefeito Francisco Celso Secundino lembra a importância do nome. “Veja bem, Canindé é conhecido internacionalmente pela romaria dedicada a São Francisco. Muitas famílias adotaram esse nome em homenagem ao santo. Agora, com a denominação do papa, as coisas ganham outro rumo. Canindé é sem dúvidas a terra dos Franciscos no mundo´´, observa. A cidade realiza a segunda maior romaria franciscana do mundo e o maior Santuário Franciscano das Américas.

Segundo Francisco de Assis Vieira, seu nome é uma promessa de sua mãe, porque ele nasceu no dia dedicado ao santo, 4 de outubro. “Foi um parto difícil, por se tratar do primeiro filho, eis a razão desse nome que muito me orgulha”, afirma ele. Para o comunicador Canindé, é um símbolo de fé sem limites. ´´Agora com essa denominação do papa, vamos ganhar muito com essa referência´´, acredita.

Outro que carrega o nome é o hoteleiro Francisco de Assis Pereira. “Minha mãe era devota do santo e pediu uma graça para que eu tivesse um nascimento feliz e colocou meu nome de Francisco. Muitos me chamam de Chico, mas agora quero que chamem Francisco´´, brincou.

O agricultor Francisco de Assis Agostinho fez questão de ir até a estátua de Francisco, o Santo do Sertão para pedir proteção e que chova no campo para mudar esse quadro de miséria. “Sou hoje o homem mais importante do mundo depois do papa, porque ele leva o meu nome”, disse. O secretário de Cultura e Esporte Francisco Jander Silva, cantor e compositor dono da banda Códigos de Barra, com várias músicas feitas em homenagem a São Francisco não esconde seu orgulho. “Esse nome vale ouro. Somos privilegiados com a proteção de São Francisco e agora estamos na rota religiosa do mundo com a escolha do nome Francisco pelo maior homem católico do mundo”.

Usando uma vestimenta sem adornos o primeiro papa das Américas denotou simplicidade e humildade pastoral em uma Igreja Católica desesperada para superar uma era marcada por escândalos sexuais e problemas internos do Vaticano. Francisco, o nome adotado refere-se a um adorado santo italiano identificado com a paz, a pobreza e um estilo de vida simples. O cardeal Jorge Bergoglio se tornou o primeiro pontífice da América Latina e o primeiro a adotar o nome de Francisco, o jovem rico de Assis que renunciou à sua vida de luxo e fundou a Ordem Franciscana dos Frades em 1290.

A escolha do nome pode sinalizar algumas das prioridades do papa, como a tentativa de trazer serenidade nessa fase tão tumultuada da Igreja. São Francisco teria sido chamado por Deus para reparar uma Igreja em ruínas.

A escolha por Francisco, um dos patronos dos santos italianos, também reforça os laços do atual do papa com a Itália.

A eleição do cardeal argentino refletiu uma série de decisões históricas feitas pelos outros 114 cardeais, que deram sinais de estarem determinados a oferecer aos fieis uma mensagem de renovação da Igreja, que enfrenta pressões de diferentes frentes.

O arcebispo de Buenos Aires, 76 anos, o primeiro pontífice jesuíta, abençoou a multidão presente na Praça de São Pedro e pediu a eles que o abençoassem, uma prova do estilo austero que cultivou durante a modernização que promoveu na Igreja conservadora da Argentina.

Simplicidade

Bergoglio geralmente utilizava o ônibus para trabalhar, cozinhava suas próprias refeições e visitava com frequência as favelas que circundam a capital argentina. Ele considera que o alcance social, em vez de batalhas doutrinárias são importantes no trabalho da Igreja. Ele acusou líderes da Igreja de hipocrisia e por se esquecerem que Jesus Cristo banhava leprosos e alimentava-se juntamente com prostitutas. “Jesus nos ensinou de outra forma: saia e compartilhe seu testemunho. Vá às ruas e interaja com seus irmãos. Vá às ruas e compartilhe. E pergunte. Torne-se a palavra em corpo e também em espírito”, disse a padres argentinos no ano passado.

Para o biógrafo autorizado do papa, Sérgio Rubin, esse tipo de trabalho pastoral, que tem como objetivo captar mais fieis, é uma habilidade essencial para qualquer líder religioso na era moderna. “Bergoglio é um progressista, um teólogo da libertação? Não. Ele não é um padre do 3º mundo. Ele critica o FMI e o neoliberalismo? Sim. Ele passa boa parte de seu tempo nas favelas? Sim”, disse Rubin.

Inicialmente concentrado nos estudos de química, Bergoglio ensinou Literatura, Psicologia, Filosofia e Teologia antes de se tornar arcebispo de Buenos Aires em 1998. Ele foi nomeado cardeal em 2001, quando a economia estava em colapso, e conquistou respeito por culpar o capitalismo desenfreado pela pobreza de milhões de argentinos.

Fonte: Dn

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