cidade de Monsenhor Tabosa poderão ter sido a principal causa da morte de um
bebê do sexo feminino, no último dia 26. A mãe da criança estava com o bebê em
posição indevida para o parto normal, detectada desde o pré-natal, e precisava
de uma cirurgia noutra cidade, conforme a família, que está revoltada com a
situação.
O parto aconteceu no Hospital e Maternidade Francisquinha
Farias Leitão, que não possui sala de cirurgia para procedimento. O médico de
plantão que realizou o atendimento é clínico geral, segundo o próprio hospital
informou.
De acordo com a família, a paciente de 22 anos, Lucinaura
Neves, se dirigiu da cidade de Catunda, onde mora, para Monsenhor Tabosa, onde
também realizava o pré-natal em um PSF daquela localidade, para realizar uma
consulta.
Ela chegou ao hospital sentindo dores, ainda pela manhã. A
cunhada de Lucinaura, Elizangela Jorge Alves, disse que a criança tinha todas
as possibilidades de nascer de forma saudável, mas acabou perdendo a vida de
uma forma que os pais e a família ainda não sabem.
De acordo com a tia da criança, a pequena Júlia ainda passou
poucos minutos com vida após o parto. No acompanhamento da gravidez foi
detectado pela enfermeira do PSF que a criança estava sentada e que era
previsto solicitar os serviços de outra cidade, para o procedimento cirúrgico.
A gestante deu entrada no hospital com dores de parto por volta de 8 horas da
manhã.
Os exames indicavam a necessidade de uma cesariana urgente,
mas o tempo não foi suficiente para a transferência para Crateús, que tema
melhor estrutura hospitalar. Elizângela diz que, inclusive, houve riscos que a
própria paciente sofreu, em virtude da criança estar “sentada” para a
realização do parto. Ela explica que Lucinaura chegou ao hospital e pouco tempo
depois, ao sentar, percebeu que a bolsa havia estourado. A paciente foi
conduzida à sala de parto do hospital. “Nesse momento, o pé da criança já
estava fora e não houve mais condições para a transferência”, afirma.
O pai da criança, Francisco Ricardo Jorge Alves, e sua esposa
chegaram a pedir a médica e enfermeira do PSF do Bairro Carrapicho, que faziam
o acompanhamento da gestante em seu pré-natal, a realização da cesariana. A
enfermeira Stela Rodrigues, pertencente à equipe do PSF do Bairro Carrapicho,
disse que o bebê da paciente estava “sentado” e não mudaria de
posição até a data do parto.
Lucinaura foi orientada sobre todos os sinais de parto, além
do momento de procurar a unidade de saúde. Segundo Elizângela, pela contagem da
mãe da criança, foram completadas as 40 semanas no último domingo. Nas
ultrassons realizadas, passavam de 37 semanas. “Realmente é imprevisível
esse momento, e principalmente para uma mãe inexperiente”, diz. A criança,
conforme o acompanhamento do pré-natal, deveria nascer no dia 12 de março. Em
virtude da posição do bebê, houve grande dificuldade durante o parto, conforme
os familiares. Os pais creditam também grande parte da responsabilidade do
parto ao próprio hospital e prometem recorrer até à Justiça, se for o caso. A
criança era o primeiro filho do casal e chegou a ser sepultada no mesmo dia do
nascimento.
A enfermeira responsável do hospital, que não quis se
identificar, disse que a maternidade não está habilitada para realizar cirurgia.
Nesses casos, todas as pacientes são encaminhadas para o Hospital São Lucas, em
Crateús, referenciado na região. Segundo ela, estão sendo feitos levantamentos
para que esses serviços sejam reativados no local. Ela disse que os detalhes do
acompanhamento poderiam ser dados pelo médico, um clínico geral, que atendeu
Lucinaura, mas ele não foi encontrado no contato repassado pelo hospital. A
Secretaria de Saúde de Monsenhor Tabosa fará um levantamento dos procedimentos
realizados para esclarecer a situação
Fonte: Dn via caiçara
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