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Anorexia: para ficar ‘magra’, estudante fica entre a vida e a morte

“Eu não aceitava meu peso ideal e não comia, fingia que estava comendo”,
revela a estudante (FOTO: Facebook)

Emagrecer com o objetivo de ser inserida nos padrões de beleza pode ser um caminho muito perigoso. Bruna Mello, hoje com 24 anos, durante a adolescência sofreu de um transtorno alimentar que deixou sequelas: a anorexia.

A estudante de Direito, de 1,72m e pesando na época 63 quilos, conta como começou o processo de perda de peso, que quase a levou à morte. “Fiz a dieta que vi em uma revista, onde prometia a perda de mais de mil calorias e eu consegui perder seis quilos. Depois de um tempo não perdia mais, então tirei mais alimentos das minhas refeições”, relembra.

Quando estava pesando 52 quilos, Bruna parou de tomar o café da manhã e corria durante uma hora e meia, mas não fazia academia porque achava que ia engordar. “O meu sonho era entrar em uma roupa tamanho 36”, conta.

Abstinência de comida

Sonhar com comida e muita dor de cabeça, além da perda excessiva de peso eram algumas das consequências da anorexia na vida de Bruna. “Quando eu já estava muito magra comprei blusas e calças mais largas para ninguém perceber no colégio o quanto eu tinha emagrecido, mas pra mim eu estava normal”.


Ao pesar 45 quilos, ela já não menstruava mais, a dor de cabeça estava cada vez mais forte e a falta de concentração foi outro sintoma de que nada estava bem. A mãe a então adolescente percebeu a magreza da filha e a levou para a ginecologista e nutricionista, mas no primeiro momento Bruna resistiu ao tratamento.

“A comida não entrava e comecei a vomitar. Tomava suplementos, mas era uma tortura pra mim”, relata. A jovem acrescenta que queria seguir o padrão de beleza das modelos. “Eu queria que meus ossos aparecessem e mesmo eu estando muito magra, ficava procurando gordura onde não existia”.
Ela conta que este período foi quando mais sofreu. “Eu não aceitava meu peso ideal e não comia, fingia que estava comendo”, revela.

Entre a vida e a morte

“Uma vez eu estava indo para o colégio e desmaiei. Quando o médico disse: ou você come ou morre e me mostrou a foto de uma pessoa com anorexia, me assustei e aí levei o tratamento a sério”. Ela conta que seu quarto era cheio de fotos de como queria ficar.

Dois anos após o tratamento Bruna voltou ao peso normal. De quatro anos pra cá ela engordou 30 quilos, mas faz dieta de forma saudável, acompanhada por um endocrinologista e exercícios físicos. “Hoje eu percebo como os adolescentes se influenciam com facilidade pelas revistas e padrões de beleza que são expostos pela sociedade e mídia. Hoje me sinto feliz”, comemora.

Sobre o transtorno

A psicóloga Mariane Coelho explica que tanto a anorexia como a bulimia são distúrbios de imagem e necessidade de controle. ‘Já que a vida não está legal, a pessoa tenta controlar pelo menos um setor da vida, nesses casos, a alimentação’, esclarece.

Mariane também atribui à exigência dos padrões de beleza como um dos fatores que desencadeiam a anorexia principalmente e esclarece a diferença dos distúrbios. “A bulimia é uma compulsão. Está mais relacionada à ansiedade e diferente da anorexia a vítima não perde tanto peso – está também ligada ao sentimento de culpa e insegurança”.

Para solucionar os problemas, a especialista indica o acompanhamento de um nutricionista e psicólogo. “Como são transtornos relacionados à imagem, somente o nutricionista pode não ser suficiente”.

Ela ainda diz que a bulimia não causa anorexia. “Na anorexia, a pessoa deixa de comer para perder peso e na bulimia, a pessoa come muito e depois colocar pra fora por se sentir culpada. Como consequência afeta o esmalte dos dentes e ter problema no estômago devido a acidez do vômito”, finaliza a profissional.

Fonte: Tríbuna do Ceará

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