Ele estava sozinho. Mas, naquele momento, falava por todos nós.
Na noite de 27 de março de 2020, o mundo parou para assistir a uma cena que parece saída de um filme — mas era vida real. Em meio à pandemia de Covid-19, o Papa Francisco atravessou a Praça São Pedro completamente vazia, sob uma chuva fina e o som sombrio das sirenes ecoando ao longe.
Caminhou devagar, com o semblante carregado de dor e compaixão. Parou diante do crucifixo milagroso da Igreja de São Marcelo, sobrevivente de uma peste no século XVI. E ali, diante de bilhões de corações aflitos, ofereceu uma oração solitária — mas universal.
Naquele instante, a solidão virou elo. A imagem do Papa franzino, curvado sob o peso do mundo, tornou-se um símbolo de esperança. Não era apenas o líder da Igreja rezando: era um homem clamando por toda a humanidade.
Hoje, Francisco se despede deste mundo. Aos 88 anos, após mais de uma década de pontificado, ele nos deixa em corpo — mas não em presença. Seu legado é imenso: a Igreja voltada aos pobres, o diálogo com outras fés, a simplicidade de quem trocou palácios por quartos modestos e preferiu o “bom dia” da varanda à pompa dos tronos.
Sua voz serena, seus gestos firmes, sua fé desarmada tocaram até os que não comungam da mesma crença. Porque Francisco não falava apenas aos católicos — falava à condição humana.
E talvez por isso aquela noite chuvosa de 2020 nunca mais tenha saído da memória do mundo. Porque, quando parecia que ninguém nos ouvia… alguém rezava por nós.
Descanse em paz, Papa Francisco. Que sua luz continue a nos guiar — mesmo no silêncio.
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