Dilma Rousseff recebeu nesta segunda-feira (24), no Palácio do Planalto, integrantes do MPL (Movimento Passe Livre) de SP (Foto: Antonio Cruz/ABr) |
Em reunião com prefeitos e governadores das 27 unidades federativas, a
presidente Dilma Rousseff anunciou nesta segunda-feira (24), no Palácio
do Planalto, em Brasília, que irá pedir um plebiscito popular
convocando uma reforma política no país.
Ela anunciou um novo pacto com cinco itens. São eles:
1- pacto por responsabilidade fiscal nos governos federal, estaduais e municipais;
2 – pacto por reforma política, incluindo um plebiscito popular sobre o assunto e a inclusão da corrupção como crime hediondo;
3
– pacto pela saúde: “importação” de médicos estrangeiros para trabalhar
nas zonas interioranas do país. A presidente anunciou ainda novas vagas
de graduação em cursos de medicina e novas vagas de residência médica;
4
– pacto no transporte público: a presidente afirmou que o país precisa
dar um “salto de qualidade no transporte públicos nas grandes cidades”,
com mais metrôs, VLTs e corredores de ônibus;
5 – pacto na
educação pública: pediu mais recursos para a educação. A presidente
voltou a falar que é necessário que o Congresso aprove a destinação
de 100% dos recursos dos royalties do petróleo para a educação.
A
presidente voltou a comentar a onda de manifestações que ocorre no país
há duas semanas. “É preciso saber escutar as vozes das ruas. É preciso
que todos, sem exceção, entendam esse sinais com humildade”, disse aos
governadores e prefeitos.
Em vários atos pelo país, os
manifestantes têm afirmado que não se sentem representados por nenhum
partido político e chegaram a hostilizar integrantes de legendas
partidárias que participam das manifestações. “O povo, unido, não
precisa de partido!” e “Sem partido, sem partido” foram gritos de guerra
comuns nos protestos pelo país.
Após os anúncios, a presidente começou, de fato, a reunião com os 27 governadores e 26 prefeitos das capitais.
Em pronunciamento em cadeia nacional de rádio e televisão na última
sexta, Dilma disse que anunciaria um pacto com governadores e prefeitos
pela melhoria dos serviços públicos. “Esta mensagem [das ruas] exige
serviços públicos de mais qualidade. Ela quer escolas de qualidade; ela
quer atendimento de saúde de qualidade; ela quer um transporte público
melhor e a preço justo; ela quer mais segurança. Ela quer mais. E para
dar mais, as instituições e os governos devem mudar. Irei conversar, nos
próximos dias, com os chefes dos outros poderes para somarmos esforços.
Vou convidar os governadores e os prefeitos das principais cidades do
país para um grande pacto em torno da melhoria dos serviços públicos.”
Reunião com o MPL
Antes
de se encontrar com os governadores, Dilma esteve reunida com
integrantes do MPL (Movimento Passe Livre), que organizou os protestos
pela revogação do aumento na tarifa em São Paulo.
Os integrantes
do MPL, ao sair da reunião, disseram que “a luta continuará”até o
governo apresentar medidas concretas para reduzir a tarifa de transporte
público no país. “Foi importante para iniciar um diálogo, mas a luta
pela tarifa zero continua até haver medidas concretas neste sentido”,
afirmou Mayara Vivian. “A presidente reconheceu o transporte como
direito social e a gente vai cobrar isso”.
Após a reunião com o
MPL, o ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, reconheceu que
o transporte público no Brasil é de má qualidade.
Antes da
reunião de hoje, o MPL divulgou nesta segunda-feira (24) uma carta
aberta à presidente Dilma Rousseff, na qual criticam o tratamento
dispensado pelo governo federal aos movimentos sociais e criticam a
“máfia dos transportes”.
“Ficamos surpresos com o convite para
esta reunião. Esse gesto de diálogo que parte do governo destoa do
tratamento aos movimentos sociais que tem marcado a política desta
gestão”, diz a carta.
Fonte: UOL
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