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Juazeiro do Norte-CE: Detentos criam tumulto na cadeia e apresentam uma pauta de reivindicações

Movimentação de policiais na cadeia pública (Foto: Michel Dantas/Agência Miséria)

Um princípio de tumulto foi registrado na manhã desta terça-feira na
cadeia pública de Juazeiro do Norte com a suposta intenção por parte dos
amotinados de apresentarem uma pauta de reivindicação à direção do
cárcere. Um detento teria lesionado levemente um agente prisional que
deixou a cadeia para atendimento ambulatorial no Hospital Tasso
Jereissati. Há informações ainda de que um interno saiu ferido, mas sem a
necessidade de atendimento fora da cadeia.

Tudo começou ao final
do banho de sol e populares que passavam nas imediações do cárcere
disseram ter ouvido um estampido de arma de fogo. Provavelmente com a
intenção de intimidar e conter os ânimos exaltados no interior do
presídio. O motim foi controlado em pouco tempo com a chegada de reforço
policial aproveitando para uma revista nas celas. Há informações de que
foram encontrados alguns cossocos, celulares e até um cachimbo para uso
de crack.

Logo depois que tudo foi contornado, a direção da
cadeia se reuniu e passou a ouvir alguns detentos, possivelmente sobre
os pleitos dos internos a fim de avaliar a possibilidade de atender
algumas das reivindicações. Surgiram informações de que uma delas seria a
transferência de alguns detentos para a Penitenciária Industrial e
Regional do Cariri (PIRC), a fim de desafogar mais a cadeia pública.
Todavia, a direção do cárcere não quis se pronunciar sobre o assunto.

Dentro da cadeia, foram encontrados alguns cossocos, celulares e até um
cachimbo para uso de crack (Foto: Michel Dantas/Agência Miséria)

Em abril deste ano, uma portaria baixada pelo juiz das execuções penais
da 2ª vara de Juazeiro do Norte, Péricles Falcão de Oliveira, limitou o
número de vagas para detentos na cadeia pública. Após a reforma, a
capacidade ficou em 80 presos do sexo masculino e 28 do sexo feminino,
mas o despacho do magistrado permite o recebimento de até 100 homens e
35 mulheres em regime fechado. Na rebelião promovida no dia 21 de
janeiro, ali estavam recolhidos 159 detentos.

Após o motim, a
Secretaria de Justiça do Ceará aproveitou o esvaziamento do cárcere para
executar obras de recuperação. Uma parte dos detentos foi recambiada
para o novo presídio de Crato e outra levada para presídios de
Fortaleza. As obras já foram concluídas e, co m a determinação judicial,
nem todos os detentos levados à Fortaleza retornaram causando revolta
de familiares.

Atualmente, a capacidade já está comprometida
mesmo com a ausência destes. O problema cresce com as prisões do dia a
dia por crimes de tráfico de drogas, roubos, furtos, lesões corporais e
outros uma situação que cria entraves até na carceragem da 20ª Delegacia
Regional de Polícia Civil. Ali, devem ser apenas prisões correcionais
ou detentos que aguardam chamamento do delegado para depor. Todavia,
está igualmente lotada.

Fonte: Miséria

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