As principais fontes de água de 36 cidades cearenses devem secar até o começo do próximo ano. São sedes de municípios que, segundo relatório da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), ficarão com “fonte hídrica insatisfatória”, obrigando o Estado a buscar alternativas de abastecimento – como já acontece em Quiterianópolis, Salitre, Antonina do Norte e Caridade, cidades que viram suas fontes primeiras de abastecimento se acabarem nos últimos meses. Os dados foram apresentados durante reunião do Comitê Integrado da Seca do Ceará, na manhã de ontem. Além das 36 cidades, o distrito de Pecém, em São Gonçalo do Amarante, também deve ficar em situação crítica até o fim do ano.
A falta d’água, porém, não deve representar um colapso, indica o assessor da presidência da Cogerh, Yuri Castro de Oliveira. “Sempre haverá alguma fonte (de água). Colapso nunca vai existir. Fonte hídrica insatisfatória significa que aquele açude que abastece a cidade não vai suportar. Aí vamos buscar alternativas pra abastecer, que pode ser poço, carro-pipa, adutora emergencial. Cidade nenhuma terá colapso”, tranquiliza. Fortaleza, afirma Oliveira, tem abastecimento garantido “por pelo menos mais três anos”, mesmo que os próximos períodos chuvosos não sejam intensos, devido ao açude Castanhão, em Alto Santo, que está com 49,48% da capacidade.
Poços – Para tentar amenizar o problema, a perfuração de poços será reforçada a partir do próximo mês. Com recursos do Governo Federal e cinco novos equipamentos para perfuração, o Batalhão de Engenharia do Exército Brasileiro deve construir 40 novos poços até dezembro e recuperar cerca de mil, em parceria com a Defesa Civil e o Departamento Nacional de Obras contra a Seca (Dnocs). As cidades de Canindé, Nova Russas, Caririaçu, Potengi, Baixio e Irauçuba devem ser as primeiras beneficiadas. Três distritos em situação de colapso na principal fonte hídrica também devem ser priorizados: Santa Cruz de Banabuiú (Pedra Branca), Campos Belo (Caridade) e Crioulas (Pereiro).
“A nossa capacidade de perfuração de poços vai quase dobrar com a chegada das cinco máquinas”, avalia Nelson Martins, secretário do Desenvolvimento Agrário. Martins pontua que as soluções para cada localidade com dificuldades de abastecimento são analisadas semanalmente pelo governador Cid Gomes em reunião com a Secretaria dos Recursos Hídricos (SRH). Nas cidades em situação crítica, as ações definitivas planejadas ou em andamento incluem, entre outras medidas, a construção de novos açudes. Já entre as ações emergenciais há distribuição de água em carros-pipa, o que, no Ceará, ocorre em 151 municípios.
Fonte: Jornal O Povo
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