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Melhores condições de trabalho: Com um elefante branco como símbolo, PF ameaça parar durante a Copa

Um grande elefante branco inflável é mais uma vez o símbolo de protestos
de Policiais Federais, no Rio de Janeiro. (Foto: Tânia Rêgo/Agência
Brasil).

Um grande elefante branco inflável é mais uma vez o símbolo de protestos
de Policiais Federais, no Rio de Janeiro. Em frente à sede da
instituição, na Praça Mauá, dezenas de profissionais participaram de
manifestação ontem (11) por melhores condições de trabalho,
reestruturação das carreiras e modernização dos inquéritos policiais. A
categoria amaça fazer greve durante a Copa do Mundo, em junho, se as
reivindicações não forem atendidas pelo governo federal.

No Rio,
na terceira maior unidade da PF no país, a expectativa é que os 1,3 mil
funcionários participem da paralisação nacional que se estenderá até
quinta-feira (13), segundo o Sindicato dos Servidores do Departamento de
Polícia Federal do Rio. O presidente André Vaz de Mello, relata que os
servidores estão sem perspectivas na carreira e se sentindo
desvalorizados.

“Estamos há anos chamando atenção, sem atrapalhar
a população e gerar caos. Mas se o governo federal continuar dessa
maneira, sem trazer nenhuma novidade, no zero a zero, vamos parar na
Copa”, anunciou Vaz de Mello. Na avaliação dele, a pararalisação das
atividades durante a Copa traria mais visibilidade à categoria, assim
como o movimento dos garis no Rio, que organizou uma greve para o
período do carnaval. “Os garis escolheram o momento certo para chamar
atenção”, disse.

De acordo com o presidente do sindicato dos
servidores da Polícia Federal, a desvalorização da categoria, além do
adoecimento dos profissionais, tem provocado abandono da carreira e pode
deixar a população vulnerável, inclusive a ações de terrorismo. “Não há
um cultura de terrosismo no país, mas com esses grandes evento, sempre é
uma possibilidade”, disse Vaz, em referência à Copa e às Olimpíadas.
Segundo ele, cerca de 250 policiais deixam a carreira por ano.

Durante
o protesto de hoje, agentes, escrivães e papiloscopistas também
defenderam a modernização dos inquéritos policiais, que classificaram
como burocráticos e obsoletos, tal qual um elefante branco entre a
população e o acesso à Justiça: “Praticamente 96% dos inquéritos
policiais, falando francamente, não dão em nada”. Segundo Vaz, perde-se
tempo com prazos e com depoimentos, que podem ser alterados no curso do
processo judicial.

A reestruturação da segurança pública, com a
unificação e desmilitarização das polícias, também está entre as
reivindicações dos policiais. Projeto com essas mudanças tramita no
Congresso Nacional por meio da Proposta de Emenda à Constituição (PEC)
51/2013, do senador Lindbergh Farias (PT-RJ). Um dos articuladores da
proposta, que conta com apoio da corporação, é o antropólogo e um dos
maiores especialista em segurança pública no país, Luiz Eduardo Soares.

Procurados
pela Agência Brasil, o Ministério da Justiça e a Polícia Federal não
comentaram a paralisação da categoria nem a ameaça de fazer uma nova
greve durante a Copa.

Fonte: Agência Brasil

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