Mesmo com pouca água nas torneiras, com vários municípios abastecidos por carros- pipas, as tarifas de água vão subir a partir de julho (Foto: Kid Júnior/Diário do Nordeste). |
As tarifas dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário
prestados pela Cagece serão reajustados em 7,3%, para os usuários da
Capital, e em 7,5%, para os 149 municípios atendidos pela companhia, no
Interior cearense. Os novos valores chegarão às “torneiras” do
consumidor, ou seja, entrarão em vigor, a partir do dia 5 de julho
próximo, 30 dias após divulgação oficial do reajuste tarifário, nos
jornais de grande circulação do Ceará, o que ocorrerá na próxima
sexta-feira, dia 6.
Os novos aumentos de 7,3% e 7,5%,
respectivamente, em Fortaleza e no Interior, serão aplicados
linearmente, em todas as categorias (residencial popular, residencial,
comercial, industrial, serviço público e entidades filantrópicas) e em
todas faixas de consumo, atingindo 1,51 milhão de usuários dos serviços
de abastecimento de água e 489 mil de esgoto, em todo o Estado. Os
reajustes foram confirmados na noite de ontem, pela diretoria Comercial
da Cagece.
O aumento de 7,3% para os usuários da Capital foram
autorizados ontem, pela Autarquia de Regulação, Fiscalização e Controle
dos Serviços Públicos de Saneamento ambiental de Fortaleza (Acfor), que
acatou, sem tirar nem por, o pedido de recomposição tarifária solicitado
pela Cagece, em fins de abril passado. O percentual aprovado
corresponde ao Índice Geral de Preços do Mercado ( IGPM) do período de
abril de 2013 a março de 2014 e já havia sido antecipado com
exclusividade, pelo Diário do Nordeste, na edição do último dia 17 de
maio.
´Excepcionalidade´
De acordo com a
direção da Acfor, o índice foi acatado de “forma excepcional”, como
forma de “garantir a justa remuneração pela prestação dos serviços
públicos concedidos, visando à melhoria dos sistemas em operação e a
preservação da capacidade de investimento da concessionária”.
A
“excepcionalidade” ocorre porque, segundo a Acfor, ao solicitar a
revisão tarifária, a Cagece não apresentou os dados que permitissem à
Agência aferir a participação da parcela da remuneração do capital nos
custos totais da empresa, bem como os seus impactos nos valores
tarifários.
Municípios interioranos
Entretanto,
se na Capital os usuários dos serviços de água potável e esgotamento
sanitário vão pagar mais 7,3%; no Interior cearense, onde a água mal
está chegando às torneiras e um grande número de cidades continua a ser
abastecido por carros-pipas – em decorrência da seca -, o aumento será
maior, de 7,5%.
Nesse caso, para 148 municípios, onde a Cagece
também atua, o reajuste foi autorizado pelo conselho administrativo da
(Arce), apesar de ter sido constatada, pela coordenadoria Econômica e
Tarifária da própria Agência, queda na qualidade da água fornecida nos
últimos 12 meses.
Essa perda na qualidade “rendeu” para a Cagece,
agora, um índice negativo de 0,9995; enquanto a retração na
produtividade da companhia, também em 2013, resultou em penalidade
percentual no cálculo do reajuste tarifária de – 1,5623. Dessa forma,
subtraindo-se do aumento pleiteado de 7,3087%, os indicadores de
qualidade e de produtividade, o reajuste deveria ter sido de 5,6469%.
Mais foi de 7,5%, quase dois pontos percentuais, a mais, no bolso dos
usuários do Interior cearense.
Cobertura
A
Cagece está presente atualmente em 150 municípios do Estado do Ceará,
incluindo Fortaleza, com índice de cobertura de abastecimento de água de
97,88%, o correspondente a mais de cinco milhões de cearenses. Só na
Capital, a cobertura de abastecimento de água chega à 98,52%, somando um
total de 2.497.874 pessoas beneficiadas pelos serviços da Companhia. Já
no Interior, este patamar chega à 97,34%, somando 2, 7 milhões de
pessoas beneficiados.
O índice de cobertura do sistema de
esgotamento sanitário chega a 38,12%, para todo o Estado, totalizando
2,02 milhões de pessoas. Em Fortaleza, este índice é de 57%, contra
24,40%, no Interior.
Fonte: Diário do Nordeste
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