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Colapso no abastecimento: Racionamento de água já atinge 24 municípios d Ceará

Açude Arrojado Lisboa, em Banabuiú, está com menos de 20% de sua capacidade (Foto: Alex Pimentel/Diário do Nordeste)

Subiu para 24 o número de cidades em racionamento de água no Ceará. A
contenção no fornecimento hídrico varia conforme o nível de reserva de
cada localidade. A situação piora com mais dias sem chuva, para aumentar
o volume dos reservatórios, que são mínimos: já são 103 açudes com
menos de 30% da capacidade.

Desses, metade, ou 51 açudes, está
com menos de 10% da capacidade, uma verdadeira situação de colapso de
abastecimento. Amparados pelos órgãos técnicos, os municípios estão
fazendo “o que podem”.

Na semana passada, o Diário do Nordeste
apontava que, pelo menos, quatro municípios já adotavam o racionamento
de água como forma de evitar o colapso total nessas cidades.

As
medidas de contenção são tomadas pela Companhia de Água e esgoto no
Ceará (Cagece) e pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae), órgãos
gerenciadores em distintos municípios. A Cagece, que abastece a maioria
dos municípios, têm ao menos 19 cidades sofrendo racionamento de água.

Embora
esses órgãos tenham autonomia para decidir o racionamento, as decisões
têm partido da reunião no Comitê Integrado da Seca, que reúne os
diversos órgãos estaduais, municipais e federais envolvidos com a
problemática.

Conforme o coordenador de Ofertas Hídricas da
Secretaria de Recursos Hídricos do Estado (SRH), Gianni Lima, o
racionamento está sendo iniciado nos municípios como medida preventiva. A
situação tem exigido um esforço coordenado com Prefeituras dos
municípios afetados, especialmente para o trabalho de conscientização do
uso. O monitoramento é contínuo, e de acordo com os açudes que os
abastecem, os municípios terão menos ou mais água.

A crise é
generalizada, com menos intensidade apenas no Vale do Jaguaribe, que
possui as maiores reservas do Estado, e na Região Metropolitana de
Fortaleza, que é abastecida, na maior parte, pelas águas jaguaribanas.
Ainda assim, o Açude Castanhão está com apenas 35% da capacidade de
armazenamento.

Rotina
Assim como de seca o
Nordeste entende, de racionamento, centenas de comunidades rurais do
Ceará sabem há tempos e de forma rotineira. Mas a situação de escassez
tornou-se tão mais drástica que são as áreas urbanas, nas sedes
municipais, em crescente escala de falta d´água. Para Ricardo Adeodato,
diretor de operações da Companhia de Gestão dos Recurso Hídricos
(Cogerh), é o momento de economizar “mais do que nunca”. Ele afirma
haver segurança hídrica para 2015, mas a situação varia conforme a
região das bacias hidrográficas. Adutora de montagem rápida, perfuração
de poços e carros-pipas são as principais medidas adotadas para combater
a falta d´água.

Embora já ocorram anos de seca e as medidas
preventivas sejam adotadas, a solução ainda não chegou para todos os
municípios, literalmente, à míngua.

Fonte: Diário do Nordeste

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