NASA ativa defesa planetária por cometa interestelar 3I/ATLAS com química peculiar e trajetória desafiadora

A NASA acionou seu protocolo de defesa planetária após a identificação de um comportamento “inexplicável” no cometa 3I/ATLAS, o terceiro objeto interestelar confirmado a visitar o nosso Sistema Solar. O alerta, emitido via boletim MPEC (2025-U142) do Minor Planet Center de Harvard, destaca os desafios únicos que o cometa apresenta na previsão de sua trajetória. Em resposta, a Rede Internacional de Alerta de Asteroides (IAWN) está organizando um exercício de treinamento global entre 27 de novembro de 2025 e 27 de janeiro de 2026, focado em aprimorar as medições orbitais e os protocolos de resposta a potenciais ameaças espaciais. Um workshop técnico está programado para 10 de novembro, reunindo especialistas em astrometria e dinâmica orbital para padronizar medições e evitar erros de interpretação.

O 3I/ATLAS foi detectado em 1º de julho de 2025 pelo telescópio ATLAS, localizado no Chile, e intrigou os cientistas devido à sua composição química incomum. Observações do Telescópio Espacial James Webb (JWST) revelaram que a coma do cometa é dominada por dióxido de carbono (CO₂), apresentando uma concentração oito vezes maior do que a de água, o que excede em mais de seis vezes o limite esperado para cometas. Esta anomalia sugere que o objeto pode ter se formado em um ambiente extremamente frio de outro sistema estelar. Viajando a velocidades superiores a 210 mil km/h, o cometa atingirá seu periélio – o ponto mais próximo do Sol – em 29 de outubro de 2025, a uma distância de 1,36 unidades astronômicas (cerca de 203 milhões de quilômetros), posicionando-se entre as órbitas da Terra e de Marte. Apesar da complexidade de seu monitoramento, o 3I/ATLAS não representa risco de colisão com a Terra, mantendo uma distância mínima de aproximadamente 270 milhões de quilômetros. Além de confirmar sua origem extrassolar, o JWST estimou um núcleo sólido entre 320 metros e 5,6 quilômetros de diâmetro e indicou que o 3I/ATLAS pode ser o cometa mais antigo já observado, com mais de sete bilhões de anos, sendo, portanto, mais velho que o próprio Sistema Solar.